Comet: adota-se um órfão
(texto originalmente escrito para meu blog no Quarto Prêmio Quatro Rodas de Design)
Por volta de 1957 a Ford planejava seu carro compacto. Os pequenos europeus vinham comendo uma fatia cada vez mais consistente do mercado doméstico americano, importar os seus produtos da Inglaterra e Alemanha não bastava e as Três Grandes tinham que se mexer.
A Ford lançaria o Falcon. A divisão Edsel solicitou um equivalente, que se chamaria Edsel Comet, na essência um Falcon um pouquinho mais esticado (apenas os sedãs) para economizar custos de produção. O desenho foi desenvolvido pela equipe de I. B. "Bud" Kaufman e no segundo semestre de 1959 estava pronto -- bem menos radical que os primeiros esboços, claro.
Mas a divisão Edsel fechou, e a Mercury viu no compacto a chance de aumentar suas vendas. Ainda era apenas o "Comet". Uma frente com grade e quatro faróis semelhante à do Mercury grande, e atrás aletas que cresciam do meio do carro, coroando duas lanternas oblíquas. Uma mistura do desenho racional e despojado dos 60 com o rebuscamento dos 50.
O carrinho fez sucesso. No segundo ano já era o "Mercury Comet" e ao longo da década virou uma espécie de muscle-car. Com o advento do Cougar o Comet passou a ser um Maverick mais requintado.
Prova de que um bom projeto sempre acha quem o acolha.
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